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NVCM - EPISÓDIO 14 - TEMPORADA 04

Автор: TV UNEB

Загружено: 2022-06-21

Просмотров: 39

Описание: Dona Esperança

Quando crianças, pensamos como crianças e, na imaginação de uma criança tudo é possível, realidade e fantasia ainda não levantaram seus muros ou fronteiras contra o impossível. Vez por outra, me lembro de ter criado imagens a partir de palavras, menções ou frases aleatórias ouvidas dos adultos...
Quando ouvia “Cidade Nova”, “Cidade nova” imaginava... Como será essa cidade? Onde ficaria? Me lembro de eles, os adultos, apontarem para o alto como se quisessem localizar bem alta, lá em cima, por detrás de uma enorme encosta.
Naquela época, final dos anos 1960, o processo desordenado de ocupação urbana já avançava em direção ao céu. A simples ideia de uma “cidade nova” me projeção para longe do chão. Meus pensamentos infantis misturavam a “Estrada das pedras amarelas” do Magico de Oz com os inóspitos planetas visitados pela família Robson na série “Perdidos no Espaço”.
Muito tempo depois, compreendi que a “Cidade Nova” era um bairro da cidade, de fato, enladeirado e populosos como outros bairros de Salvador. Nessa mesma época, havia uma pessoa de verdade que se chamava Dona Esperança. Ela era nossa vizinha. (a Esperança é sempre nossa vizinha) Enquanto a nossa casa se localizava “ao res do chão” como dizem os portugueses, ou seja, no nível da rua, a casa de Dona Esperança se localizava no alto de um paredão mesclado de verde e de barro vermelho, bem em frente a nossa porta.
Para chegar até a casa de Dona Esperança precisávamos subir uma longa escada irregular, cavada na própria terra vermelha. (porque a Esperança nunca está assim à mão, garantida) Cada passo devia ser calculado, tanto na subida quando na descida, porque corríamos o risco de escorregar, uma vez que os degraus eram conformados de acordo com o terreno, em tamanhos e texturas imprevistas para nossos pés acostumados a terra firme. Confesso que eu achava que lá em cima onde ficava a casa de Dona Esperança era a tal “Cidade Nova” ...
É que, ao fim da demorada subida até a casa de Dona Esperança, a vista de um horizonte amplo valia todo o esforço e adrenalina da escalada. Um pedaço médio de terreno plano era ocupado pela casa dela, humilde e igual a todas as casas simples que visitei na minha infância no Recôncavo Baiano: cortinas fazendo as vezes de portas e divisórias de ambientes; quadros de cenas religiosas e fotografias de família decorando as paredes; chão batido ou cimento escovado; um vaso de “Comigo ninguém pode” atrás da porta de entrada; às vezes, um sofá surrado que de dia servia para as visitas e, de noite, virava a cama de alguém. (A esperança não tem luxos, ela luta pela sobrevivência).
E, como era Dona Esperança? Ela era uma mulher de compleição, aparentemente, frágil, muito magra. Mesmo quando estava calada, dava para ver que lhe faltavam dentes na boca, mas os óculos, modelo anos 1960, tipo Jack Kennedy, davam-lhe um ar professoral e, de fato ela tinha sido professora (a esperança é sempre nossa professora). O cabelo era liso, já grisalho e curto na altura do pescoço, penteado para trás e contido por uma passadeira preta.
Dona Esperança era viúva (a Esperança é viúva porque ela já perdeu tudo, nada restou dentro da caixa de Pandora). Tinha três filhos já quase adultos e, apesar de tudo, se mostrava forte e sempre prestativa para dar uma olhada nos meus irmãos e eu, caso minha mãe precisasse (a Esperança jamais nega dar a mão).
Naquele tempo, a nossa ingenuidade nos fazia prestava mais atenção a gafanhotos, grilos, libélulas, formigas, cigarras e tanajuras, que apareciam logo depois da chuva. Aquele pedacinho de natureza era o nosso cantinho do mundo. Então, mesmo sabendo que a Dona Esperança morava tão pertinho, cada um, cada uma de nós carregava a sua própria esperança infantil.
Hoje, no entanto, quando passo pela avenida que dá acesso a pequena rua em que morávamos, procuro o acesso, a entrada, o caminho que levava até a casa da Dona Esperança e não encontro. Está tudo mudado. Nem vejo mais a nossa antiga casa na base da encosta.
A Esperança se tornou raridade, coisa muito preciosa. Vale mais do que dinheiro, sempre valeu. Eu ando a procura e reconheço nos olhos das pessoas a mesma busca imprecisa do acesso a aquela difícil escada que nos levará a um terreno amplo que, de um lado, nos mostra um horizonte repleto de boas expectativas e, do outro, a casa humilde de Dona Esperança.

Crônica inédita de Nadia Virginia B. Carneiro
©Todos os direitos reservados Nadia Virginia Barbosa Carneiro

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