O SUBMUNDO ESCONDIDO DE SEUL | As sombras enterradas da Coreia do Sul

Описание: Neste vídeo, caminho pelas vielas estreitas de Sindang, no coração de Seul, em um dos últimos dias do verão. O calor úmido gruda na pele, e sob a superfície dessa cidade que se vende como moderna e segura, descubro camadas de histórias esquecidas. Sindang foi, durante séculos, o lugar onde Seul enterrava seus mortos. Hoje, sobre ossos não exumados, convivem casas de xamãs, bandeiras budistas tremulando, e ruas que carregam o peso da memória reprimida.

Falo sobre a prostituição organizada pelo Estado nas décadas militares, sobre os camptowns criados ao redor das bases americanas e as mulheres marcadas pelo estigma de “yanggongju”, as “princesas ianques”. Revelo como gangues coreanas, os jopok, serviram ao governo para reprimir dissidências e agora se reinventam como “startups” do crime, operando fraudes digitais e negócios nas sombras. Caminho até o Portão de Gwanghuimun, antigo “portão dos mortos”, por onde corpos de mártires católicos eram jogados, e sigo até Dongdaemun, onde o hangul divide espaço com o cirílico em karaokês russos e casas de câmbio suspeitas.

Entre ossos enterrados, rituais ancestrais e mercados paralelos, tento entender: o que significa viver em uma sociedade que se vende como uma das mais seguras do mundo, mas que convive com fantasmas de corrupção, tráfico, exploração sexual digital e crimes invisíveis? A Coreia é realmente segura ou apenas aprendeu a esconder melhor suas sombras?

Tópicos principais do vídeo:
• Sindang: bairro construído sobre cemitérios esquecidos
• Xamãs, rituais e a permanência do espiritual no coração de Seul
• A prostituição oficializada nas “zonas especiais” e os camptowns militares
• Gangues coreanas: dos jopok ao crime digital das novas gerações
• O Portão dos Mortos e os mártires abandonados de Joseon
• Dongdaemun e o submundo internacional: russos, uzbeques, tráfico e câmbio
• O paradoxo da Coreia segura: ordem visível e sombras ocultas

📍 Gravação feita em Sindang e arredores de Dongdaemun, Seul, verão de 2025.

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00:00 - Introdução e ambientação: Sindang e as camadas ocultas de Seul
00:57 - Bandeiras vermelhas e brancas: casas de xamãs e o paradoxo tecnológico
03:21 - Sindang-dong: de “templo dos deuses” à modernidade secular
04:46 - História sombria: o antigo cemitério de Sindang
06:37 - Memórias enterradas: ossos sob a cidade e o véu entre vivos e mortos
08:13 - Zona de prostituição oficial: viúvas da guerra no limbo legal
10:11 - Kijichon: os “camp towns” e as Yanggongju da Guerra Fria
13:22 - Camp Humphreys e Daechuri: a aldeia sacrificada pela aliança militar
16:18 - Jopok: as gangues coreanas a serviço do Estado
17:57 - Gangues MZ: crime digital e a “uberização” da violência
19:29 - Violência viral: crime filmado e gangsters influenciadores
20:12 - Conivência institucional: apatia policial e o sistema permissivo
21:05 - Labirinto urbano: vielas claustrofóbicas e urbanização forçada
22:02 - Myeongin-golmok: o “Beco dos Mestres” e a Vila das Formigas
22:49 - Assombrações de Sindang: ruídos noturnos e casas mal-assombradas
23:26 - Park Chung-hee: o ditador que morou sobre os mortos em Sindang
23:48 - Portão Gwanghuimun: “Luz Brilhante” e a perseguição aos cristãos
25:24 - Mártires sem sepultura: santos coreanos e corpos abandonados
26:48 - Enclave russo em Seul: a fronteira invisível de Dongdaemun
28:28 - Submundo noturno: karaokês russos e prédio dos cinco andares
29:39 - Nova Guerra Fria: lavagem de dinheiro e tráfico humano nas sombras
29:56 - Han: o ressentimento histórico e a sombra coletiva coreana
31:48 - Sociedade do cansaço: sucesso a qualquer custo e suas patologias
32:43 - Crime de colarinho branco: acordos de bastidores e economia paralela
34:04 - Paradoxo da perfeição: a sombra coletiva da sociedade coreana
34:55 - Imagem e realidade: a sujeira varrida para debaixo do tapete
35:14 - Realmente segura?a Coreia super segura na superfície
35:42 - Fração submersa: becos escuros, clubes ocultos e chats secretos
36:25 - Ordem e caos: a convivência silenciosa e a dualidade de Seul
36:56 - Reflexão final: sombras urbanas e um convite ao diálogo
37:59 - Agradecimentos e encerramento

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