Catholica. Episódio 67: Ário, o arianismo e a grande crise do século IV

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O arianismo foi uma heresia nascida em Alexandria que teve como cabeça Ario. A sua doutrina sustentava que Jesus na realidade não era Deus, pois não tinha a mesma substância do Pai, assim sendo não tinha existido desde sempre, não sendo portanto filho de Deus, não fazendo parte da trindade. Para Ário, Jesus é filho adotivo e que não poderia ser chamado de Deus.

A teoria de Ário expandiu-se a ponto de dividir a Igreja em duas: a dos que acreditavam que Jesus Cristo era a segunda pessoa da Santíssima trindade e o grupo daqueles que acreditavam que Jesus era apenas um Homem.

A consequência do Arianismo para a fé foi grave pois atacava o dogma da Redenção, isto é, se Jesus não fosse o filho de Deus encarnado a redenção não teria acontecido.

Os Arianos tinham uma capacidade fantástica para debater, para persuadir e isto fazia com que esta falsa doutrina se espalhasse tendo muitos adeptos, até mesmo dentro do clero de Alexandria.

Por este motivo foi convocado um sínodo local, em 318, com Bispos egípcios e líbios. Depois de debaterem as doutrinas de Ário, chegaram à conclusão que ele era herético e assim excomungaram-no. Este porém não aceitou a excomunhão e continuou a espalhar a sua doutrina chegando a ter como seguidor o Bispo de Cesareia, Eusébio, e o bispo de Nicomédia.

A Igreja neste momento corria perigo, pois no Ocidente o Donatismo estava espalhado e o arianismo invadia o Oriente. As duas doutrinas eram opostas fazendo com que a Igreja ficasse dividida. Era necessário fortalecer a origem da tradição apostólica.